Ensaio D

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Do "Clube da Luta"


Este D estava à toa na vida, mas o seu amor não lhe chamou. Daí, puto, nada melhor do que ver filme de macho: Fight Club, Clube na Luta no bom português brasileiro.

Ó Meu público ponderado!

Este Observador sabe que está nove anos atrasado no tempo. Mas a obra citada continua numa atualidade verossímel. No filme, Edward Norton está no papel de um funcionário de uma contrutora de automóveis, que se vê num grande tédio: a sua vida. E num probleminha bobo também: o infeliz não dorme há seis meses. Não, não sei se isso é possível na vida real. Pergunte ao Google, o grande vírus que tudo vê, sabe e desafia. O personagem de Norton descobre uma certa paz freqüentando grupos de ajuda, como alcoólicos anônimos, drogados anônimos, gente que perdeu os testículos anônimos, etc. Isso se torna um vício, apesar dele não ter nada, tirando o problema de insônia já citado. A cada sessão ele se refaz e consegue até, Deus!, dormir.

Pausa cultural: no Guiness, um infeliz ficou 164 dias sem esquentar a cama.

Tudo vai "bem" (huahuahuahua!), até uma mulher chamada Marla ter a mesma idéia do personagem principal. Estragou tudo... Até que ele conhece um cara, Tyler Durden, interpretado por Brad Pitt, que vai lhe mostrar um possibilidade nova de vida (não, eles não viram parceiros homossexuais): totalmente desregrada e sem apreços por nada material. Não tinha nem TV, na casa do infeliz, onde o personagem de Norton acaba indo morar. Eles fundam o Clube da Luta, onde caras infelizes como Norton acabam indo para... bem... espancar um ao outro, como numa rinha de galos humana e sem apostas. Bobo? Depende do significado que vc queira aceitar.
Caras comuns e infelizes de manhã... tornando-se máquinas de lutar à noite, dando sentido ao simples fato de levantar da cama. O fato é que este é um filme que tenta ser crítico, desfazendo preceitos consumistas e ideais capitalistas do tipo: quero mudar meu nariz, vou fazer uma plástica; vou trocar meu celular por um 3G que é mais... bem... bonito...; vou comprar um carro novo, porque meu modelo 2005 é bem... um 2005.

Pééééééééééééé!!! A consciência latejando!

Vontade de se sentir mais vivo e menos artificial: é a sensação que o filme nos passa. Perfeito? Absolutamente. O filme peca no sentido de que queria destruir um sistema ( o tal capitalismo) para colocar... o que mesmo no lugar? Aí é que está. Termina por virar um show de explosões um pouco sem sentido já para o final do filme. Não entenda mal, meu pobre e paciente público, o filme é muito bom, e é bem remendado do início até quase os finalmentes. (Destaque para quando finalmente é revelado quem é afinal Tyler Durden). Mas falta o mesmo quê que desfalca o PSTU quando dizem: "Calote no FMI!", ou o PCO quando berra "Quem bate cartão, não vota em patrão". Pense nos dedos das mãos do Lula. Pois é, falta alguma coisa! Que é justamente uma argumentação coerente em relação ao "o que fazer depois".

Boa obra. Vai para a caixinha D de raridades.

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